Quando ingerimos um alimento, ele entra no corpo pela boca, passa pela faringe, esôfago e chega ao estômago. Entre o esôfago e o estômago existe um músculo chamado esfíncter, que deve permanecer fechado a maior parte do tempo. Esse músculo funciona como uma válvula e deve abrir quando engolimos para a passagem da comida. Caso o esfíncter abra fora de hora, pode deixar passar o conteúdo do estômago que volta para o esôfago. Quando isso ocorre chamamos de refluxo gastroesofágico, e é um processo normal que ocasiona poucos ou nenhum sintoma, sendo então chamado de fisiológico; na maioria dos casos o refluxo não é prejudicial, podendo até acontecer várias vezes ao dia.
A tendência é que o refluxo vá diminuindo e desapareça com o tempo, pois o organismo ainda é muito imaturo e seu esfíncter costuma ficar relaxado. Portanto, o alimento pode voltar para o esôfago, chegar até a garganta e sair pela boca, o que causa vômitos ou regurgitações, também conhecido como golfada. Conforme o bebê cresce, ocorre a maturação do esfíncter e o refluxo vai diminuindo. Além disso, bebês se alimentam com muita frequência e, por isso, têm mais refluxo do que crianças e adultos. O pico geralmente acontece aos quatro meses de idade e diminui muito após o primeiro ano de vida, e a partir dos 18 meses, os episódios de refluxo e regurgitação praticamente cessam.
No caso do refluxo fisiológico, os pais podem ser orientados a não vestir o bebê com roupas que apertem a barriguinha e a usar um travesseiro antirrefluxo abaixo do colchão para manter a cabeceira elevada. Durante as mamadas, o pediatra poderá ensinar a posição ideal, e após a amamentação, manter o bebê em posição vertical também pode ser indicado.
Há, ainda, a possibilidade de a criança ser alérgica ao leite de vaca, o que pode causar sintomas do refluxo. Em casos graves deve-se sempre procurar um médico(a) para te orientar na melhor forma de tratamento para o bebê.