O desenvolvimento infantil é determinado por comandos neurais e cada bebê seguirá seu ritmo de desenvolvimento, mas sempre dentro das faixas de desenvoltura de cada habilidade. Os movimentos de sustentação do pescoço, da cabeça e do tórax, assim como o fortalecimento da musculatura da região ocular, por exemplo, são provenientes da formação completa dos circuitos neurológicos.
No 1º mês, o bebê ainda não possui controle completo da musculatura ocular, o que torna sua visão reduzida, até porque, enquanto estava no útero, ele não precisava utilizar a visão. A capacidade de enxergar chega a 20 centímetros em média, ou seja, a distância entre o bebê a mãe durante a amamentação. Nessa fase, as imagens ainda são bem desfocadas e podem ser duplicadas, pois as duas retinas estão interligadas nessa etapa da vida. Existem indicações de que, nessa fase, é importante colocar móbiles de diversas cores no berço, com especial contraste entre tons claros e escuros, para que o bebê possa observar os objetos e para que sua visão seja estimulada.
A audição do bebê, por outro lado, começa a se desenvolver dentro do útero materno, em torno do 5º mês de gestação, e, quando ele nasce, ela já está em perfeito funcionamento. Ainda dentro da barriga da mãe, o bebê ouve não só os movimentos internos dela, mas também os sons externos. Por isso, os recém-nascidos reconhecem a voz da mãe e, após os primeiros 20, 30 dias de vida, já conseguem emitir grunhidos e movimentar sua cabeça na direção do som emitido.
Em relação ao paladar, pode-se dizer que os bebês possuem capacidade completa, conseguindo fazer a distinção dos sabores amargo, azedo, salgado e doce.
No 2º mês, surge o “sorriso social” do bebê, que indica que o seu desenvolvimento afetivo e psíquico vem ocorrendo corretamente. É interessante saber que o sorriso não depende de estímulos e que o sorriso social também está presente em crianças com deficiência visual e/ou auditiva.
A musculatura da região do pescoço já começa a se desenvolver mais e possibilita que o bebê levante o queixo e vire o rosto de lado. Esses movimentos indicam que o desenvolvimento muscular está ocorrendo corretamente. No geral, nessa fase, o domínio dos movimentos é ampliado, trazendo ao corpo mais rigidez e menos movimentações involuntárias.
No caso da visão, nessa etapa, ocorre a conexão das duas retinas e o bebê começa a fixar o olhar e acompanhar as movimentações de objetos e das pessoas com mais clareza, já que consegue ver detalhes nos rostos.
No 3º mês, a brincadeira começa a ficar mais gostosa, pois o choro e as cólicas vão passando e os pais/cuidadores passam realmente a curtir um pouco mais. Após o 3º mês de vida, o bebê já começa a reconhecer o mundo e consegue começar a identificar volume, consistência e textura. É nessa fase que ele começa a morder a própria mãozinha e a levar objetos à boca com frequência. Os movimentos involuntários ou reflexo tenderão a diminuir. A região da coluna estará mais ereta e o bebê, quando segurado de pé, tende a esticar as pernas: essa movimentação indica que a musculatura está evoluindo, assim como o sistema neural. As atividades cerebrais durante essa fase são intensificadas, por isso o bebê ainda precisa de muitas horas de sono, já que é nesse período que as informações e o desenvolvimento neural serão elaborados.
No 4º mês, o bebê já começa a apresentar diversas características marcantes, como:
Passa a dormir mais durante a noite e ficar mais ativo durante o dia, e a região da boca se torna a área de reconhecimento de objetos, texturas, sabores e do mundo (fase oral). Nesse momento, os mordedores entram em ação. Sua visão amplia-se para a angulação de 180º e ele consegue acompanhar a movimentação de pessoas e/ou objetos.
A musculatura começa a se fortalecer mais e o bebê consegue se erguer e manter o tórax ereto, além de abrir e fechar as mãozinhas, o que demonstra um bom desenvolvimento cognitivo e motor. Nessa fase, ele se interessa por brincadeiras que estimulem sua visão e seu tato e se diverte pegando o próprio pé, o que indica o uso da musculatura da perna, que será necessária para o movimento de engatinhar futuro.
No 5º mês, a interação com o bebê passa a ser mais intensa, pois, nessa fase, ele começa a movimentar a musculatura na região da cintura, o que indica que ela atingiu um fortalecimento adequado. Esse período é também quando o bebê está tornando-se apto a se sentar, mas ainda não possui o equilíbrio completamente desenvolvido, portanto pode começar a tentar se firmar em quatro apoios e até mesmo engatinhar. Por isso, toda movimentação dessa fase é necessária para criar as conexões cerebrais e coordenar todo o corpo para as próximas habilidades.
No 6º mês, meio ano se passou e o bebê é um sorridente serzinho que já começa a impor suas vontades. É bem possível que ele comece a ficar sentado com apoio de almofadas e travesseiros, graças ao seu avanço no controle da musculatura da cintura pélvica. É muito importante que brinquedos sejam mantidos próximos da criança, facilitando a interação e o desenvolvimento motor.
O bebê não gosta de ficar sozinho, sem o contato visual dos pais/cuidadores, pois já fez o reconhecimento e já está acostumado com o ambiente e com as pessoas que lhe passam segurança. Quando ele fica só, a tendência é que entre em desespero e, somente após o socorro de alguém próximo, consiga se acalmar; esse é o início da fase conhecida como “ansiedade da separação”.